Perda da qualidade dos grãos de soja no Brasil em função dos altos teores de acidez e clorofila

SANTOS, Leide Elen Gomes; MANDARINO, José Marcos Gontijo; SEIBEL, Neusa Fatima;

Resumo:

Com mais de 134 anos de existência no Brasil, a soja ou (Glycine max L.) Merril, como é cientificamente conhecida, é cultivada em praticamente todo o território brasileiro. Há algumas décadas, a plantação se restringia apenas ao Sul do país, porém a diversidade de grãos e o avanço da biotecnologia contribuíram para que atualmente ela seja plantada em praticamente todas as regiões do Brasil. A soja é a mais importante oleaginosa cultivada no mundo. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB, 2015), a área de plantio para a safra de 2015/2016 está estimada em 5,24 milhões de hectares. Esses números se justificam pela ampla diversidade em que o grão pode ser empregado, devido ao seu alto teor de proteínas (38%) e lipídios (18%), o que lhe confere múltiplas utilizações. Acredita-se que, em função desses atributos, possibilitou-se a formação  de complexos industriais destinados ao seu processamento (MANDARINO; RESSING; BENASSI, 2005).No Brasil e no mundo, a indústria esmagadora tem se destacado, utilizando o grão de soja como matéria-prima para a produção de óleo e farelo. O farelo é direcionado em grande parte para a indústria de rações, destacando-se como o principal emprego econômico da soja. Já o óleo tem sua parcela de importância econômica na indústria, sendo a base para produção de óleo refinado, gorduras hidrogenadas, margarinas, maioneses, molhos, e ainda empregado na produção industrial de tintas, lubrificantes, solventes, plásticos, resinas e até mesmo do biodiesel (MANDARINO; RESSING, 2001).

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DOI: 10.5151/9788580392722-02

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Como citar:

SANTOS, Leide Elen Gomes; MANDARINO, José Marcos Gontijo; SEIBEL, Neusa Fatima; "Perda da qualidade dos grãos de soja no Brasil em função dos altos teores de acidez e clorofila", p. 61 -94. In: Tópicos em Ciências e Tecnologia de Alimentos: Resultados de Pesquisas Acadêmicas - Vol. 3. São Paulo: Blucher, 2017.
ISBN: 9788580392722, DOI 10.5151/9788580392722-02