Evolução Histórica dos Modelos de Produção e seus Reflexos sobre a Desregulamentação do Trabalho no Brasil: Algumas Considerações

VALOIS, Rosane da Silva

Resumo:

A busca pela máxima utilização do trabalho remonta ao período clássico dos estudos econômicos, quando o capitalismo ainda firmava suas bases. Com sua consolidação, observou-se que os movimentos de expansão (recuperação) e refreamento (recessão) econômicos provocaram oscilações desarmônicas entre os produtos potencial e real, configurando hiatos característicos de um crescimento cíclico. Assim, modelos paradigmáticos de produção surgem da tentativa de dar sobrevida ao sistema econômico capitalista, quando este se insere em um contexto de crise, de modo que as formas de exploração das riquezas pelo capital por meio da reestruturação produtiva são resultados da evolução histórica dos processos de produção capitalista (ANGELI, 2008).

Nesse sentido, as mudanças ocorridas no processo de trabalho desde a produção artesanal e os estágios da manufatura e maquinaria até as transformações mais recentes, envolvendo os modelos de produção taylorista e fordista, aos métodos de acumulação flexível, como o toyotismo, contribuíram de forma fundamental para acelerar o processo de desregulamentação do mercado
de trabalho (ou desregulação do trabalho), passando pela desapropriação dos instrumentos de trabalho, até a destruição e reconstrução das habilidades intelectuais do trabalhador, culminando com a precarização das relações trabalhistas, intensificada principalmente a partir da década de 1970, em um contexto de crescente globalização da economia quando, na tentativa de reorganizar o capital, as ideologias neoliberais ganharam força por meio das privatizações e desregulamentação dos direitos trabalhistas, flexibilização do trabalho, dos produtos e dos padrões de consumo.

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e, COMUNICACAO, Ciências, Humanas

DOI: 10.5151/9788580391879-06

Como citar:

VALOIS, Rosane da Silva; "Evolução Histórica dos Modelos de Produção e seus Reflexos sobre a Desregulamentação do Trabalho no Brasil: Algumas Considerações", p. 99-118. Capitalismo, trabalho e política social - Vol. 2. São Paulo: Blucher, 2017.
ISBN: 9788580391879, DOI 10.5151/9788580391879-06