Fazenda Maracujá: as palavras fracas e as palavras fortes

PARCERO, Lúcia Maria de Jesus;

Resumo:

No semiárido baiano, é comum haver, em seus diversos municípios, comunidades afrodescendentes semi-isoladas, sobre as quais pouco ainda se sabe sobre sua formação sócio-histórica, bem como sobre características da escravidão a que foram submetidas. Uma dessas comunidades, na qual se desenvolve esta pesquisa é a Fazenda Maracujá (FM), situada a cerca de 20 km da sede de Conceição do Coité, município que foi ponto de comércio de escravos, como pode ser atestado pela documentação de compra e venda de escravos, assim como por cartas de alforria arquivadas no cartório local. Fatos da escravidão estão, ainda hoje, na memória dos mais velhos.A localidade tem uma população remanescente de quilombo formada inicialmente por quatro irmãos que adquiriram a terra: seus descendentes constituíram famílias casando-se entre si e, até então os habitantes guardam um tipo de relação fechada. De passado escravo, o local conta hoje com aproximadamente quatrocentos moradores em sua maioria lavradores, analfabetos que vivem em pobreza extrema.

0:

Palavras-chave: ,

DOI: 10.5151/9788580392173-04

Referências bibliográficas
  • BOURDIEU, P. A economia das trocas linguísticas: o que falar quer dizer. 2 ed, São Paulo: EDUSP, 1998.
    FASOLD, J. A. Sociolinguistics of society. Oxford: Blackwell, 1984.
    FISHMAN, J. A. The sociology of language: an interdisciplinary social approuch to language in society. Newbury house publishers: Roley, Massachusetts, 1972.
    GOFFMAN, E. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. J. Rio de Janeiro, Guanabara, 1982.
    GUMPERZ, John; DELL HYMES. Directions in sociolinguistics: The ethnography of Communication. Holt, Rinehart and Winston. 1972.
    HYMES, Dell. Language in culture and society . New York: Harper & Row, 1964.
    RIOS, I. N A. Nossa Senhora da Conceição do Coité: poder e política no século XIX, Universidade Federal da Bahia, 2003. (Dissertação de Mestrado).
    SAVILLE-TROIKE, M The ethnography of communication. An introduction. 2 ed. Oxford: Blackwell, 1989 [1982].
    SCHLIEBEN-LANGE, B. História do falar e história da linguística. Trad. Fernando Tarallo. Campinas: Ed. UNICAMP, 1993.
Como citar:

PARCERO, Lúcia Maria de Jesus; "Fazenda Maracujá: as palavras fracas e as palavras fortes", p. 75 -88. In: A Fala Nordestina: entre a sociolinguística e a dialetologia. São Paulo: Blucher, 2016.
ISBN: 9788580392173, DOI 10.5151/9788580392173-04