Sobre música

FORSTER, Susan Christina;

Resumo:

Qualquer consideração acerca de tema tão amplo como a músicarequer que nos situemos inicialmente em relação ao objeto que será estudado.Nesse particular, é possível constatar que as tentativas de se definir músicatêm despertado controvérsia, críticas e objeções que, no conjunto, acabam porpropiciar um panorama desta manifestação humana.O musicólogo francês Roland de Candé, afirma que a música“nunca é definida de forma conveniente: é difícil observarmos uma ação em quenos achamos envolvidos” (2001, p. 10), e faz uma breve incursão sobre algumasdefinições propostas. Reporta que para o filósofo e escritor francês J.J.Rousseau (1712-1778), a música seria “a arte de reunir os sons de maneiraagradável ao ouvido” (2001, p. 10), mas contrapõe a essa definição a músicaritual, a música dramática e a música militar, que não teriam aquelafinalidade. Indaga ainda se uma mesma música pode ser agradável aos ouvidos de todos os homens, independentemente de etnia ou cultura.Outra definição citada é a do também conhecido filósofo e lexicólogo francês Littré (1801-1881), para quem a música constitui “ciência ou emprego dos sons ditos racionais, isto é, que entram numa hierarquia chamada escala” (2001, p. 10). Essa definição também traria dificuldades, como exemplifica Candé, ao referir-se acrianças tamborilando música em um piano ao som de uma escala, as expressões sonoras contemporâneas de Pendereki (1933-___), Ligeti (1923-2006) ou Xenakis (1922-2001) e até dos percussionistas africanos. Na opinião de Candé, uma das melhores definições de música seria a do engenheiro e filósofo Abraham Moles (1920-1992): “uma reunião de sons que deve ser percebida como não sendo o resultado do acaso” (2001, p. 10). Mesmo para esta definição aponta fraquezas ao lembrar a repetição automática de sons escolhidos de forma arbitrária ou até a fala.

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DOI: 10.5151/9788580392623-01

Como citar:

FORSTER, Susan Christina; "Sobre música", p. 43 -90. In: Música e Humilhação: uma visão através das ações de indenização por dano moral. São Paulo: Blucher, 2017.
ISBN: 9788580392623, DOI 10.5151/9788580392623-01