A Voz e a Escuta: Encontros e desencontros entre a teoria feminista e a sociologia contemporânea: Encontros e desencontros entre a teoria feminista e a sociologia contemporânea - Vol. 1
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Pré-textuais
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00 - Agradecimentos e introdução
PDF - p.1-22
Capítulos
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01 - Os anos 60: movimentos sociais, transformações culturais e mudanças de paradigmas
PDF - p.23-68
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02 - "Novos sujeitos", novos movimentos e a gênese de novas perspectivas teóricas
PDF - p.69-84
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03 - Vozes diferentes: a emergência e a construção da teoria feminista contemporânea
PDF - p.85-126
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04 - Teoria social e discursos sociológicos do “pós-68”
PDF - p.127-180
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PDF - p.181-218
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06 - Conclusões - Ampliando o cânone: políticas e estratégias
PDF - p.219-228
Apêndice
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07 - Referências bibliográficas
PDF - p.229-246
Na segunda metade do século XX, e particularmente a partir da década de 60, a teoria social ocidental passou por uma série de questionamentos e revisões, que incluíam novos debates sobre a relação entre as obras reconhecidas como o "cânone" das diversas áreas disciplinares e as mudanças que dariam lugar a um mundo social em alguns aspectos muito diferente daquele que formou o contexto histórico das obras canônicas. Por outro lado, a emergência dos "novos movimentos sociais" que permitiram uma nova voz a certos grupos sociais antes excluídos da produção do conhecimento acadêmico e intelectual, também conduziu a novas interpretações da história e das relações sociais - no Ocidente e no resto do mundo. Neste cenário, um dos movimentos sociais e culturais mais importantes foi o movimento feminista, que produziu dentro e fora da academia novas interpretações da história e da sociedade, a partir das experiências das mulheres e de sua problematização do que vieram a se chamar "relações de gênero".
Esta tese tem por objetivo o estudo de um "encontro" particular deste contexto: o da teoria feminista e da sociologia contemporânea. Ao mesmo tempo que surge a teoria feminista contemporânea (nascida de esforços simultâneos e conexos realizados em diversas áreas das ciências humanas), também inicia-se uma ampla revisão das perspectivas clássicas na sociologia acadêmica. A questão central deste trabalho trata das formas pelas quais a contribuição feminista é recebida no campo disciplinar da sociologia (e, de maneira mais ampla, na teoria social), constatando-se que os canais de comunicação estão apenas parcialmente abertos. Por meio dos depoimentos e observações de teóricas feministas, são levantadas algumas explicações para tal resistência. Por sua vez, o exame do trabalho de importantes sociólogos da contemporaneidade, propiciam a descoberta de alguns dos mecanismos teóricos mais concretos da recepção, incorporação ou rejeição da perspectiva feminista na sua obra. A conclusão final é a de que, apesar das resistências, a teoria feminista conseguiu fazer uma contribuição fundamental para a ampliação do campo de visão da sociologia e seu discurso sobre a modernidade. Este trabalho oferece ainda algumas sugestões teóricas e práticas para a incorporação mais plena da teoria feminista - e dos estudos pós-coloniais - à sociologia contemporânea, que também se beneficiaria de uma troca mais aberta com outras áreas disciplinares das ciências humanas.