ISBN: 9788580393934

Páginas: 272

DOI: 10.5151/9788580393934

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Historicidade e hermenêutica: a influência da filosofia da vida de Dilthey no pensamento do jovem Heidegger

Marcela Barbosa Leite


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Wilhelm Dilthey foi uma figura de destaque nas discussões filosóficas e científicas mais emergentes entre a segunda metade do século XIX e o início do século XX. Ficou conhecido pela tentativa de oferecer uma fundamentação epistemológica adequada às ciências do espírito. Poucos sabem, entretanto, sobre a influência que exerceu no pensamento de Martin Heidegger. De Dilthey, o Filósofo de Ser e Tempo recebeu intuições fundamentais para repensar a vinculação teórica que mantinha, no início de sua vida acadêmica, com o neokantismo da Escola de Baden e com a fenomenologia de Husserl. Dilthey despertou em Heidegger o interesse pelo fenômeno da vida, do tempo e da história como elementos importantes para recolocar a questão do “sentido”, fazendo-o ampliar, assim, o horizonte decompreensão da filosofia para além de suas funções puramente intelectuais. Com Dilthey, Heidegger descobriu que o “sentido” não é dado por uma subjetividade transcendental; não está situado em um universo ideal, unívoco, atemporal mas, antes, é o originariamente vivido, singular e temporal. Para Dilthey, a vida é temática filosófica por excelência e não pode ser apreendida por meio de postulados lógicos ou axiológicos instituídos a priori. Heidegger encontrou na filosofia diltheyana um caráter prático, pré-teórico, através do qual é pensada a “estrutura da vida”. A vida é interpretada a partir de si mesma enquanto se vive, em contextos significativos, de modo que nada pode ser compreendido fora dela. Esta obra apresentará ao leitor as contribuições efetivas que Dilthey, com sua análise sobre a historicidade e a temporalidade da vida humana, trouxe à elaboração da hermenêutica da facticidade e, ainda, à hermenêutica da existência de Heidegger.