Sumário e apresentação

NASCIMENTO, Luciana; ASSIS, Lúcia Maria de; OLIVEIRA, Aroldo Magno de;

Resumo:

Há algum tempo, parecia haver uma hierarquia, senão explicitada, ao menos implicitamente assumida pelos pesquisadores da área de letras/linguística. Tal hierarquia servia para estabelecer posições de prestígio acadêmico a partir da distinção entre os mais propriamente teóricos e os que se dedicavam ao campo aplicado, como é o caso do ensino. A aplicação, nesse caso, era entendida como mera transposição do saber teórico para a escola, apenas com as adaptações, simplificações e reduções necessárias. Essa perspectiva – que denominaremos como situação 1 – ainda comparece em muitos trabalhos bem-intencionados, quando, transitando da primeira posição para a segunda, o pesquisador apresenta fórmulas de sucesso garantido, bastando ao docente, na condição do que em semiótica se define como papel de um operador, fazer o que deve ser feito, conforme apresentadopelo teórico. Se o trabalho não for bem-sucedido e os resultados prometidos não forem alcançados, a responsabilidade pelo fracasso é então atribuída, obviamente, ao operador.Um outro caminho mais fácil e que julgamos displicente – situação 2 – é tomado por aqueles que se limitam ao papel de sancionadores do fazer docente. Vão às escolas, colhem dados, observam, entrevistam, aplicam questionários, anotam, registram e depois, longe do estéril turbilhão da escola, beneditinos escrevem, na calma e no sossego dos respectivos claustros, suas críticas que não deixam pedra sobre pedra no edifício escolar ou na autoestima do docente que serviu de colaborador. Infelizmente, muitas vezes pela pressa imposta pelo produtivismo acadêmico ou para se manterem devidamente a distância, colhendo com a consciência tranquila os louros das produções e diplomas obtidos, é essa prática ainda comum.

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