Introdução

Sznelwar, Laerte Idal

Resumo:

Desde o início de minha carreira profissional há uma questão de fundo que me acompanha, questão mal formulada, dúbia, nebulosa e, quiçá um poucosubversiva à época. Sempre apresentada como um incômodo, como algo que me questionava, mas sem ter um esclarecimento maior que me ajudasse a formular bem o problema e, sobretudo encontrar caminhos para ajudar a solucioná-lo através de uma ação no mundo. Hoje talvez a consiga formular de maneira um pouco mais clara. Ao conviver com os resultados nefastos do trabalho com relação à saúde do trabalhador, afinal de contas, ser médico do trabalho, apesar de ter a prerrogativa de atuar na prevenção, no mais das vezes, estava confrontado com a desolação do sofrimento, da doença, do acidente de trabalho. Sempre custei a acreditar que o trabalho é apenas nefasto para o ser humano, apesar de suas origens estarem imersas no sofrimento, na pena, na violência, na escravidão. Material empírico, sobretudo aquele resultante da minha vivência frente a várias situações de trabalho onde pude ter alguma atuação, para esta tese, ainda mal formulada à época, sempre houve. Isto porque havia sempre um sentimento de que eu estava trabalhando, como qualquer outro trabalhador com o qual teria tido contato; nesta perspectiva hoje posso dizer com mais clareza, sempre me senti como protagonista. Será que todos sentem algo semelhante? Será que isto, de alguma maneira, é simbolizado com um termo igual, semelhante, equivalente para todos, será que todos seriam protagonistas?

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DOI: 10.5151/9788580390957-002

Referências bibliográficas
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Como citar:

SZNELWAR, Laerte Idal; "Introdução", p. 12-13. Quando Trabalhar É Ser Protagonista e o Protagonismo do Trabalho. São Paulo: Blucher, 2015.
ISBN: 9788580390957, DOI 10.5151/9788580390957-002