Introdução

SANTOS, Agnaldo dos;

Resumo:

Acreditamos ter encontrado indícios de que o trabalho em rede, até certo ponto um modus operandi muito comum à comunidade científica e tecnológica, pode ser muito beneficiado pelo esforço de alguns pesquisadores que estão elaborando técnicas de engenharia genética para organismos geneticamente modificados (OGM) em um padrão “aberto”, ou seja, uma proteção de propriedade intelectual alternativa à convencional (via patente), utilizando formas similares à proteção intelectual utilizadas no mundo do software livre. O desenvolvimento de vetores alternativos de transferência genética, como demonstrou a experiência da Iniciativa BIOS-CAMBIA da Austrália, cria condições de escapar da limitação da engenharia genética por apenas um único organismo, hoje sob rígida proteção patentária. A criação de uma plataforma de intercâmbio livre de dados, feita por esse grupo, aposta fortemente na virtude do trabalho colaborativo. A própria emergência da bioinformática, uma área transdisciplinar que trata as informações genéticas a partir das ferramentas da informática, indica a viabilidade técnica de trabalhos em rede e mesmo de uma abordagem open source para a pesquisa nessa rede. A combinação de redução relativa dos custos de pesquisa (já que os custos não ficam a cargo de um único agente), a exploração de nichos específicos no campo da biotecnologia e a expertise adquirida com o Projeto Genoma Fapesp, no Brasil, estariam abrindo um caminho promissor para a comunidade científico-tecnológica brasileira envolvida com a biologia molecular, em especial para aquelas empresas de pequeno e médio porte oriundas do próprio meio acadêmico, através da iniciativa de “cientistas-empreendedores”.

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DOI: 10.5151/97885803901162-01

Como citar:

SANTOS, Agnaldo dos; "Introdução", p. 23 -50. In: Entre o cercamento e a dádiva. São Paulo: Blucher, 2017.
ISBN: 9788580390162, DOI 10.5151/97885803901162-01