Capítulo 5 - O legado de Julião Machado para a imprensa brasileira

FONSECA, Letícia Pedruzzi;

Resumo:

Julião Machado mudou a visualidade das revistas ilustradas brasileiras que, em sua maioria, seguiram, durante todo o século xix, o padrão cinzento característico de uma das formas de se utilizar a técnica litográfica. O artista gráfico construía seus personagens e cenas a traço, de forma sintética e sem a simulação de sombreados e meios-tons, que eram a norma corrente. Apesar de detalhar menos as nuanças das cenas e não se ater à representação realista dos personagens e quadros, Julião enriquecia sua produção com a utilização frequente de diferentes procedimentos pictóricos, valendo-se da capacidade da litografia de simular outras técnicas, como a xilogravura e a gravura em metal, por exemplo.A hibridização das técnicas de construção das imagens de Julião fez grande sucesso e tornou-se um marco na história da imprensa brasileira. Acredita-se que as imagens de Julião tenham apresentado uma relação com a fotografia pelo emprego das retículas Ben-Day na composição de preenchimentos. Nessa época, a fotogravura já havia sido inventada, e, inclusive, experimentada, nas edições 2 e 3 d’A Cigarra; porém, ainda era um processo caríssimo e inacessível às produções periódicas brasileiras.

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Palavras-chave:

DOI: 10.5151/9788580391978-05

Como citar:

FONSECA, Letícia Pedruzzi; "Capítulo 5 - O legado de Julião Machado para a imprensa brasileira", p. 251 -277. In: Uma revolução gráfica: Julião Machado e as revistas ilustradas no Brasil, 1895-1898. São Paulo: Blucher, 2016.
ISBN: 9788580391978, DOI 10.5151/9788580391978-05