Capitalismo Hoje: Acumulação sem Desenvolvimento?

Teixeira, Francisco José Soares

Resumo:

A contemporaneidade é marcada por uma consciência de ruptura que propaga a ideia de que o mundo mudou e o novo que está nascendo não traz mais nenhum vestígio do passado. No campo das relações de produção, essa consciência acredita que a reestruturação da economia criou novas formas de organização e gerenciamento do processo de trabalho,2 que não lembram mais os princípios de padronização, especialização, sincronização e de centralização que configuravam e alicerçavam a estruturação do processo produtivo.3 Os propagadores dessa consciência de ruptura não param por aí. Avançam com seu discurso para afirmar que a produção padronizada está definitivamente datada e morta. Em seu lugar, continuam, surge a produção flexível, requerendo máquinas mais flexíveis e de finalidades genéricas, operadas por trabalhadores polivalentes e altamente qualificados, com alto grau de responsabilidade e de autonomia.
Em consequência, nesse mundo cor-de-rosa, pintado com tintas carregadas das cores da mudança, seus protagonistas apressam-se para anunciar o nascimento do trabalhador detentor de conhecimentos teóricos gerais, que desenvolve raciocínios lógico-matemáticos e usa a geografia, a história e as outras ciências para discutir os problemas da sua empresa. Sem dúvidas, diriam que esse novo tempo decretou a morte do trabalhador especializado, obrigado a desempenhar uma única atividade por toda a vida, incapaz de participar de qualquer discussão racional como já havia denunciado o autor de A Riqueza das Nações.

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e, COMUNICACAO, Ciências, Humanas

DOI: 10.5151/9788580391879-00

Referências bibliográficas
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  • MELENEU NETO, op. cit., p. 75.
Como citar:

TEIXEIRA, Francisco José Soares; "Capitalismo Hoje: Acumulação sem Desenvolvimento? ", p. 1-18. Capitalismo, trabalho e política social - Vol. 2. São Paulo: Blucher, 2017.
ISBN: 9788580391879, DOI 10.5151/9788580391879-00