A variável sexo/gênero e o uso de marcadores discursivos no oeste de Santa Catarina

Snichelotto, Cláudia Andrea Rost ; Bertozzo, André Fabiano

Resumo:

Neste trabalho, discutimos padrões de comportamento da variável sexo/gênero a partir do exame de estudos cujo foco são itens de natureza discursiva, notadamente Marcadores Discursivos (MD) originários de verbos (olha e vê, sabe? e entende?, eu acho, sei lá, deixa eu ver, deixa eu pensar e deixa eu lembrar), com base em entrevistas de duas amostras de fala de informantes de Chapecó/SC: uma do projeto VARSUL e a outra do projeto “Variação e Mudança no Português do Oeste de Santa Catarina” (VMPOSC).

57 downloads

M, a, t, i, c, n, r, O, F

DOI: 10.5151/9788580391190-0008

Referências bibliográficas
  • ALVES, Jeferson da S. A expressão variável do imperativo nas tiras do “Menino Maluquinho”. Caderno Seminal Digital, v. 6, nº 6, jul./dez. 2006. Rio de Janeiro: Dialogarts, 2006.
  • BAGNO, Marcos. Português ou Brasileiro? Um convite à pesquisa. São Paulo: Parábola Editorial, 2001.
  • BROWN, Penelope; LEVINSON, Stephen. Politeness: some universals in language use. Cambridge, Cambridge University Press, 1987.
  • CASTILHO, Ataliba T. de. Para o estudo das unidades discursivas no português falado. In: CASTILHO, Ataliba T. (Org.). Português culto falado no Brasil. Campinas: Ed. da Unicamp, 1989. p.249-279.
  • CEZÁRIO, Maria M.; GOMES, Rosa L. R.; PINTO, Deise C. de M. Integração entre cláusulas e gramaticalização. In: MARTELOTTA, Mário E.; VOTRE, Sebastião J.; CEZÁRIO, Maria M. Gramaticalização no português do Brasil: uma abordagem funcional. Rio de Janeiro: UFRJ – Grupo de Estudos Discurso e Gramática, 1996.
  • CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
  • DAL MAGO, Diane. Quer dizer: percurso de mudança via gramaticalização e discursivização. 2001. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Programa de Pós Graduação em Linguística – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001.
  • DAL MAGO, Diane. Uma possível trajetória de mudança para o item lexical quer dizer. Working Papers em Linguística, UFSC, n. 6, 2002.
  • FREITAG, Raquel M. Ko. “Mudar para variar”, “variar para mudar” – tratando da variação e mudança de acho (que) e parece (que) parentéticos epistêmicos na fala de Florianópolis. Fórum Lingüístico, Florianópolis, v. 4, n.1, jul.2004, p. 81-113.
  • FREITAG, Raquel M. Ko. Estratégias de modalização epistêmica na fala dos florianopolitanos: talvez VS. (eu) acho que. Anais do IV Encontro do CELSUL, 2000.
  • FREITAG, Raquel M. Ko. Gramaticalização e variação de acho (que) e parece (que) na fala de Florianópolis. 2003. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Programa de Pós-Graduação em Linguística – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2003.
  • FREITAG, Raquel M. Ko. Marcadores discursivos interacionais na fala de Itabaiana/SE. Revista do GELNE, 10 (1), p. 21-32, 2008.
  • FREITAG, Raquel M. Ko. Marcadores discursivos não são vícios de linguagem. Interdisciplinar: revista de estudos de língua e literatura, v. 4, p. 22-43, 2007.
  • GALEMBECK, Paulo de T.; CARVALHO, Kelly A. Os marcadores conversacionais na fala culta de São Paulo. Projeto NURC (Norma Linguística Urbana Culta de São Paulo) São Paulo, p. 830-848, 1997.
  • GÖRSKI, Edair M.; VALLE, Carla R. M. Marcadores em competição no domínio funcional da “Requisição de Apoio Discursivo”. In: CEZARIO, Maria M.;
  • CUNHA, Maria A. F da (Orgs.). Linguística Centrada no Uso: uma homenagem a Mário Martelotta. Rio de Janeiro: Maud X/FAPERJ, 2013.
  • LABOV, William. Where does the linguistic variable stop? A response to Beatriz Lavandera. Sociolinguistic Working Paper, 44, 1978.
  • LUFT, Celso P. Moderna gramática brasileira. Porto Alegre: Globo, 1991.
  • MACAULAY, Ronald. Discourse variation. In: CHAMBERS, K. K.; TRUDGILL, P.; SCHILLING-ESTES, N. (Eds.). The handbook of language variation and change. Oxford: Blackwell, 2002. p. 283-305.
  • MARCUSCHI, Luiz Antônio. Marcadores conversacionais do português brasileiro: formas, posições e funções. In: CASTILHO, Ataliba Teixeira de (Org.). Português falado culto no Brasil. Campinas: UNICAMP, 1989, p. 281-322.
  • MARTELOTTA, Mario E. Operadores argumentativos e marcadores discursivos. In: VOTRE, Sebastião J.; CEZARIO, Maria M.; MARTELOTTA, Mário E. Gramaticalização. Rio de Janeiro: Faculdade de Letras UFRJ, 2004.
  • MARTELOTTA, Mario E.; LEITÃO, Márcio. Discursivização do verbo saber. In:
  • MARTELOTTA, Mario E.; VOTRE, Sebastião J.; CEZARIO, Maria M. (Org.) Gramaticalização no português do Brasil: uma abordagem funcional. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro/UFRJ, 1996.
  • MARTELOTTA, Mário E.; VOTRE, Sebastião; CEZARIO, Maria M. (Org.). Gramaticalização no português do Brasil: uma abordagem funcional. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1996.
  • MARTINS, Lauriê F.; LACERDA, Patrícia F. A. da C. Marcadores discursivos dos verbos de percepção visual “olhar” e “ver”: uma análise a partir da Sociolinguística Variacionista. Cadernos de Estudos Linguísticos, 55.2, Campinas, jul./ dez. 2013.
  • OLIVEIRA, Mariangela R.de; SANTOS, Leonardo P. Padrões de uso da expressão sei lá no Português. Revista Signótica, Goiânia, v. 23, n. 2, p. 363-384, jul./ dez. 2011.
  • RISSO, Mercedes S. Aspectos textuais-interativos dos marcadores discursivos de abertura Bom, Bem, Olha, Ah, no português culto falado. In: NEVES, M. H. M. (Org.). Gramática do português falado. Campinas: Ed. da Unicamp, 1999. v.7.
  • RISSO, Mercedes S.; SILVA, Giselle M. de O.; URBANO, Hudinilson. Marcadores discursivos: traços definidores. In: KOCH, I. G. V. (Org.). Gramática do português falado. Campinas: Ed. da Unicamp, 1996. v.4. p.21-94.
  • RISSO, Mercedes S.; SILVA, Giselle M. de O.; URBANO, Hudinilson. Traços definidores dos Marcadores Discursivos. In: JUBRAN, C. C. A. S.; KOCH, I. G. V. (Orgs.). Gramática do português culto falado no Brasil. Campinas: Editora da UNICAMP, 2006. V. 1 – Construção do texto falado, p. 403-425
  • ROSA, Margaret de M. Marcadores de atenuação. São Paulo: Contexto, 1992.
  • ROST SNICHELOTTO, Cláudia A. “Olha” e “vê”: caminhos que se entrecruzam. 2009. 408 f. Tese (Doutorado em Linguística) – Programa de Pós-Graduação em Linguística - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.
  • ROST, Cláudia A. Olha e veja: multifuncionalidade e variação. 2002. 158 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Programa de Pós Graduação em Linguística – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.
  • SCHERER, Eliane. De verbo causativo a marcador discursivo em Santa Catarina. 2014. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos – Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó, 2014.
  • SCHIFFRIN, Deborah. Discourse markers. Cambridge: Cambridge University Press, 1987.
  • SILVA, Giselle M. de O; MACEDO, A. T. de. Análise sociolinguística de alguns marcadores conversacionais. In: MACEDO, A.; RONCARATI, C.; MOLLICA, M. (Orgs.).Variação e discurso. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1996. p. 11-50.
  • SILVA, Josiana A. da. Modalizadores epistêmicos na fala de Chapecó/SC. 2014. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos – Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó, 2014.
  • TRAPP, Kelly. Os marcadores discursivos sabe? e entende? na fala de informantes do município de Chapecó/SC. 2014. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos – Universidade Federal da Fronteira Sul, Chapecó, 2014
  • TRAVAGLIA, Luiz C. O relevo no português falado: tipos e estratégias, processos e recursos. In: NEVES, M. H. M. Gramática do português falado: novos estudos. São Paulo: Humanitas, 1999. v.7. p.77-130.
  • URBANO, Hudinilson. Aspectos basicamente interacionais dos marcadores discursivos. In: NEVES, M. H. de M. (Org.). Gramática do Português Falado. São Paulo: Humanitas/FFLCH/USP; Campinas: Editora da Unicamp; v.1, 1999, p. 195-258.
  • URBANO, Hudinilson. Marcadores conversacionais. In: PRETI, Dino. (Org.). Análise de textos orais. 3. ed. São Paulo: Humanitas Publicações FFLCH/USP, 1997, p. 81-101.
  • URBANO, Hudinilson. Marcadores discursivos basicamente interacionais. In:
  • JUBRAN, C. C. A. S.; KOCH, I. G. V. (Orgs.). Gramática do português culto falado no Brasil. Campinas: Editora da UNICAMP, 2006. v. 1 – Construção do texto falado, p. 497-527.
  • VALLE, Carla R. M Sabe? ~ Não tem? ~ Entende?: itens de origem verbal em variação como Requisitos de Apoio Discursivo. 2001. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Programa de Pós Graduação em Linguística – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001.
  • VOTRE, Sebastião J. Integração sintática e semântica na complementação verbal. In: MARTELOTTA, Mário Eduardo; VOTRE, Sebastião Josué; CEZÁRIO, Maria Maura. Gramaticalização. Rio de Janeiro: Faculdade de Letras UFRJ, 2004.
Como citar:

SNICHELOTTO, Cláudia Andrea Rost; BERTOZZO, André Fabiano; "A variável sexo/gênero e o uso de marcadores discursivos no oeste de Santa Catarina", p. 189-208. Mulheres, linguagem e poder: estudos de gênero na sociolinguística brasileira. São Paulo: Blucher, 2015.
ISBN: 9788580391190, DOI 10.5151/9788580391190-0008