A Teoria do Desenvolvimento
MORAIS, José Micaelson Lacerda
Resumo:
Em A Ideologia Alemã, Marx e Engels (1984, p. 107) afirmam que:
no desenvolvimento das forças produtivas chega-se a uma fase onde surgem
forças produtivas e meios de intercâmbio que, no quadro das relações existentes,
apenas causam estragos e não são mais forças produtivas, mas forças destrutivas
(maquinaria e dinheiro) [...].
Escrita entre 1845 e 1846, esta formulação chega aos nossos dias como uma verdade que se mantém rigorosamente irredutível. A partir dessa citação nossa discussão começa pelo caráter destrutivo que o dinheiro, como forma geral de riqueza, assumiu no quadro da reprodução das relações de produção no capitalismo contemporâneo.
No capitalismo a riqueza é abstrata, ou seja, neste regime de acumulação o dinheiro não é apenas um intermediário nas transações, mas a forma geral de riqueza e o objetivo final da concorrência entre os produtores. Enquanto conceito existente e atuante do valor, como Marx (2004, p. 160) afirma nos Manuscritos Econômico-Filosóficos, “[...] o dinheiro se apresenta também contra o indivíduo e contra os vínculos sociais [...]”. De forma que é inerente à natureza do capitalismo o “[...] desprezo pelas condições particulares da existência dos povos e pelos conteúdos da vida [...] (BELLUZZO, 2009, p. 172). Para Altvater (2010, p. 55), “[...] a continuação do capitalismo no fim da história não trará apenas, conforme sugere a euforia impensada, a democracia, a liberdade, a economia de mercado e o bem-estar, mas talvez a ‘destruição do ser’”. Considerando o desprezo pela existência dos povos, pelos conteúdos da vida, pela destruição da natureza e do ser, precisamos formular um novo enfoque para o desenvolvimento, que tenha como centro e fundamento a vida humana e seus conteúdos, não como mera retórica, mas como sentido último.
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COMUNICACAO,
Ciências,
Humanas
DOI: 10.5151/9788580391879-02
Como citar:
MORAIS, José Micaelson Lacerda; "A Teoria do Desenvolvimento ", p. 41-56. Capitalismo, trabalho e política social - Vol. 2. São Paulo: Blucher, 2017.
ISBN: 9788580391879, DOI 10.5151/9788580391879-02