A selfie de Pero Vaz de Caminha: novos gêneros na aula de Literatura
ARAUZ, Valéria
Resumo:
Uma classe composta por adolescentes que recentemente iniciaram o estudo sistemático da literatura pode ser encarada como um grande desafio para qualquer professor. A maneira como o currículo ainda está organizado para o estudo das literaturas de língua portuguesa2 no Ensino Médio é em parte responsável por deixar muitos docentes apreensivos, pois prioriza o ensino da historiografia literária, ou seja, a classificação das obras em períodos e/ou escolas literárias, que precisam ser conhecidos, compreendidos, quando não memorizados seus autores e principais características.
Apesar do aconselhamento contrário das diretrizes curriculares nacionais (BRASIL, 1999; 2002; 2006), que orientam uma prática voltada para o estudo do texto e consideram o contexto como elemento extratextual necessário, mas não norteador do currículo, essa organização curricular e suas consequências metodológicas permanecem presentes em escolas e livros didáticos como possíveis meios para minimizar uma suposta lacuna existente entre o aluno, estereotipado como alguém que não tem a disciplina e o conhecimento prévio exigidos para a leitura literária, e a obra, que aparece de modo anacrônico na sala de aula. Seguem-se, então, os resumos copiados da internet, os esquemas de características dos estilos de época, biografias importadas das enciclopédias digitais e outras maneiras equivocadas de abordagem do texto literário.
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COMUNICACAO,
LINGUISTICA
DOI: 10.5151/None-04
Como citar:
ARAUZ, Valéria; "A selfie de Pero Vaz de Caminha: novos gêneros na aula de Literatura", p. 57-72. Linguagem e ensino do texto: teoria e prática. São Paulo: Blucher, 2016.
ISBN: None, DOI 10.5151/None-04