A linguagem como acontecimento social: formando leitores e produtores de discursos

CANO, Márcio Rogério de Oliveira; CELESTINO, Ricardo;

Resumo:

O estudo que desempenhamos nesse capítulo tem como ponto de partida refletir sobre estratégias para o ensino de leitura e produção de discursos em língua materna. A língua, quando refletida em seu uso, é uma atividade que pressupõe a interação entre um enunciador, aquele que escreve ou diz, e um coenunciador, que lê ou é ouvinte da informação. A linguagem opera como a concretude das coisas e dos acontecimentos sociais, na relação entre a palavra e o mundo fora do texto, e vincula-se às instituições sociais e à vida cotidiana. Esse pressuposto nos leva a refletir o ensino de Língua Portuguesa como uma tarefa que transcende as orientações em torno das estratégias de composição estrutural do texto, mas reflita a complexidade de seus aspectos temáticos, estilísticos e composicionais associados à prática social.Possenti (2003) comprende que o texto interage com outros textos para se constituir. Observar esse diálogo seria uma forma de detalhar o quebra-cabeças que especifica um conjunto de aspectos da linguagem. Um enunciado, ou uma frase, é sempre heterogêneo, o que quer dizer que se constitui de elementos variados. A heterogeneidade pode ser mostrada, quando há frases de outros textos explícitos em forma de citação direta, paráfrase, dentre outros. Contudo, a heterogeneidade também pode ser constitutiva, em frases que não se associam a um texto anterior específico, mas a posicionamentos ou formas de se colocar em um texto que remete a um grupo social específico.

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Palavras-chave:

DOI: 10.5151/9788580391909-06

Como citar:

CANO, Márcio Rogério de Oliveira; CELESTINO, Ricardo; "A linguagem como acontecimento social: formando leitores e produtores de discursos", p. 81 -94. In: Linguagem e Ensino do Texto: Teoria e Prática. São Paulo: Blucher, 2016.
ISBN: 9788580391909, DOI 10.5151/9788580391909-06