A CULTURA ESCOLAR MATERIALIZADA NAS ROTINAS, PRÁTICAS E ESPAÇO ESCOLAR

Caixeta Issa, Sílvia Aparecida; Almeida Barros, Aparecida Maria;

Resumo:

Estudo desenvolvido a partir das seguintes questões: qual cultura escolar? Onde se expressa? Como se materializou no espaço escolar? As possíveis respostas buscaram desvelar vestígios de uma cultura escolar agrícola singular, inscrita nas rotinas e práticas e na organização interna instituídas na Escola Agrícola de Urutaí (1953-1963). Para esta pesquisa com foco na História da Educação foram utilizados como fontes empíricas documentos internos, compostos por Relatórios Anuais e um Caderno de Recortes do Diário Oficial, sendo a análise fundamentada na vertente da cultura escolar, concebida por Julia (2001) e Escolano (1998; 2000). Nesse recorte detivemos nosso olhar investigativo para três aspectos centrais que singularizam as rotinas e práticas estabelecidas: os alunos, os professores, funcionários e a organização interna da instituição como expressão de uma cultura escolar crivada de interfaces com o meio rural, caracterizando a função educativa e social da escola e o papel desempenhado pela instituição enquanto difusora de uma cultura da modernização de técnicas e qualificação da mão de obra rural por meio da instrução de cursos e treinamentos de natureza teórico-prática. Nos resultados apontamos as disposições legais e prescrições que conferiram uma organização escolar permeada por contradições e desafios que envolviam o provimento e manutenção interna, a frequente utilização da mão de obra de alunos como mecanismo de aprendizado e subsídio às atividades internas, a definição de rotinas e horários distintos, a composição de um quadro profissional dentro das condições e possibilidades apresentadas à época, a expectativa de tornar-se uma referência de formação na região.

Capítulos - PARTE II - Educação:

Palavras-chave: ,

DOI: 10.5151/9788580391114-V2_Cap15

Referências bibliográficas
  • BORGES, Adilson Santos. Urutaí: memórias de uma juventude. Brasília, 2005.
    ______. Goiás nos quadros da economia nacional – 1930-1960. Goiânia: CEGRAF, 2000. CADERNO DE RECORTES DO DIÁRIO OFICIAL. Arquivo Institucional do Instituto Federal Goiano. Urutaí-GO.
    CHAGAS, Valnir. O ensino de 1º e 2º graus: antes, agora e depois? São Paulo: Saraiva, 1980.
    ESCOLANO, Agustín Benito. Las culturas escolares del siglo XX: encontros y desencuentros. Revista de Educación, Madrid: MECD,Número Especial 2000. p. 201-218.
    GATTI JUNIOR. Décio Andamp; PESSANHA, Eurize Caldas. História da educação, Instituições e Cultura Escolar conceitos categorias e materiais históricos. In: História da educação em perpectiva: ensino, pesquisa, produção e novas investigações. Campinas-SP: Autores Associados; Uberlândia- MG: EDUFU, 2005. p.71-90.
    INÁCIO FILHO, Geraldo. Escolas para mulheres no Triângulo Mineiro (1880-1960). In: ARAÚJO, José Carlos Souza; GATTI JÚNIOR., Décio. (Org.). Novos temas em História da Educação Brasileira: instituições escolares e educação na imprensa. Campinas–SP: Autores Associados; Uberlândia-MG: EDUFU, 2002. p. 39-64.
    JULIA, Dominique. A cultura escolar como objeto histórico. Revista Brasileira de História da Educação, Campinas, n. 1, p. 09-44, jan./jun. 2001.
    RELATÓRIOS ANUAIS da Escola Agrícola de Urutaí. Arquivo Institucional do Instituto Federal Goiano. Urutaí-GO.
    SILVA, Josier Ferreira da. Configuração espacial dos saberes rurais e urbanos por meio das políticas de desenvolvimento regional. In: CAVALCANTI, Maria Juraci Maia et al. História da educação comparada, missões, expedições, instituições e intercâmbios. Fortaleza: Edições UFC, 2013. p. 447-467.
Como citar:

CAIXETA ISSA, Sílvia Aparecida; ALMEIDA BARROS, Aparecida Maria; "A CULTURA ESCOLAR MATERIALIZADA NAS ROTINAS, PRÁTICAS E ESPAÇO ESCOLAR", p. 255 -274. In: Coletânea Interdisciplinar em Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação - vol. 2. São Paulo: Blucher, 2015.
ISBN: 978-85-8039-111-4, DOI 10.5151/9788580391114-V2_Cap15