Negritude, racismo e outridade na academia
Digiampietri, Maria Carolina Casati
Resumo:
Tentar preencher a página em branco é algo que faço com prazer. E dor. O trecho de Anzaldúa define bem o que sinto: tenho medo de escrever, mas tenho mais medo ainda de não o fazer. E sei que, em grande medida, meu medo se dá pela certeza de que muitos irão dizer que meu texto não é válido, vão afirmar que eu não faço ciência, vão me acusar de ser muito “passional”, pouco “objetiva”. Como eu, uma mulher negra, posso produzir conhecimento em uma arena que constrói, de modo sistemático, os discursos de intelectuais negras/os como menos válidos? (Kilomba, 2019). Precisarei, indispensavelmente, falar de ancestralidade, escrevivência e legado, uma vez que o conhecimento que produzo é a partir de narrativas de mulheres pretas e sou também parte desse grupo.
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DOI: 10.5151/9786555503265-06
Referências bibliográficas
- SCHWARCZ, L. M. Lima Barreto e a escrita de si. Revista Estudos Avançados, v. 33, n. 96.
- mai./aug. 2019.
- SOUZA, L. A poética da fome e a escrita da precariedade: sobre Carolina Maria de Jesus.
- Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas, n. 28, p. 111-122, 31 jan. 2019.
- SOUZA, L. Uma reflexão sobre os discursos menores ou a escrevivência como narrativa
- subalterna. Revista Crioula, v. 21, p. 25-43, 2018.
Como citar:
DIGIAMPIETRI, Maria Carolina Casati; "Negritude, racismo e outridade na academia", p. 74-83. Conhecimento para quê? Conhecimento para quem?. São Paulo: Blucher, 2024.
ISBN: 9786555503265, DOI 10.5151/9786555503265-06