Prosódia e fonoaudiologia: do fonoestilo ao transtorno da linguagem
LIMA, Aveliny Mantovan; CONSTANTINI, Ana Carolina;
Resumo:
A prosódia é um componente da fala, uma informação fônica,que está além do nível do segmento e que permite a estruturação e a organizaçãodos enunciados em diversas línguas. De acordo com Barbosa e Madureira (2015),cabe à prosódia a coordenação dos gestos articulatórios ao longo do enunciadoe, por isso, a prosódia molda a enunciação e, segundo os autores, imprime “aoque se fala” um “modo de falar”, que pode ser dirigido intencionalmente ou nãoao ouvinte.O estudo da prosódia pode ser dividido em estudos deprodução e de percepção. No que diz respeito aos aspectos de produção daprosódia, três parâmetros fonético- acústicos são tradicionalmente estudados:duração, variação da frequência fundamental e variação da intensidade. Taisparâmetros fazem a intermediação entre a forma e o conteúdo, propriamente dito,do discurso (LOPES; LIMA, 2014). Os aspectos de percepção são identificadospelas noções de duração percebida, altura e volume (BARBOSA, 1999).
0:
Palavras-chave: ,
DOI: 10.5151/9788580392593-08
Referências bibliográficas
-
AITKEN K, Papoudi D, Robarts J, Trevarthen C (1998). Children with autism,
diagnosis and interventions to meet their needs. London: Jessica Kingsley.
BARBOSA PA (1999). Revelar a Estrutura Rítmica de uma língua construindo
máquinas falantes: pela integração entre ciência e tecnologia de fala. In:
SCARPA, EM (org). Estudos de Prosódia. Campinas: Ed. da Unicamp.
BARBOSA PA (2006). Incursões em torno do ritmo da fala. Campinas: Editora
Pontes/FAPESP.
BARBOSA PA, Madureira S. (2015). Manual de fonética acústica experimental.
Aplicações a dados do português. Cortez Editora.
BARON-Cohen S, Staunton R. (1994). Do children with autism acquire the phonology
of their peers? An examination of group identification through the
window of bilingualism. First Language, 14, 241–248.
BORREGO MCM (2005). Expressividade no Rádio. In: Kyrillos, L. (org) Expressividade
- da teoria à prática. Rio de Janeiro: Revinter.
CAMARGO Z, Madureira S (2008). Voice quality analysis from a phonetic perspective:
Voice Profile Analysis Scheme Profile for Brazilian Portuguese (BPVPAS).
In: Proceedings of the Fourth Conference on Speech Prosody, Campinas,
SP, Brazil, 1: 57–60.
CAMARGO Z, Madureira S; Schmitz, JR (2013). Qualidade vocal e produções
de fala em três línguas: um estudo de caso. Revista Intercâmbio, v. XXVII:
110-140. São Paulo: LAEL/PUCSP. ISNN 2237-759x.
CAMPOS LCP (2012). Radialista: análise acústica da variação entoacional na
fala profissional e na fala coloquial. {Dissertação de Mestrado]: Unicamp,
Campinas.
CASTRO L, Serridge B, Moraes J, Freitas M (2010). The prosody of the TV news
speaking style in Brazilian Portuguese Federal University of Rio de Janeiro,
Brazil. Proceedings of the third ISCA Tutorial and Research Workshop on
Experimental Linguistics ExLing.
CASTRO L (2008). O comportamento dos parâmetros duração e frequência fundamental
nos fonoestilos político, sermonário e telejornalístico [PhD thesis]:
UFRJ, Rio de Janeiro.
CONSTANTINI AC (2012). Mudanças na estruturação prosódica de texto jornalístico
antes e após intervenção fonoaudiológica. Journal of Speech Sciences
2(2):2342.
DELLWO V (2010). The automatic extraction of time-domain based speaker
idiosyncratic features. Abstracts IAFPA.
FILIPE MG (2014). Prosodic abilities in typically developing children and those
diagnosed with autism spectrum disorders: clinical implications for assessment
and intervention. [PhD Thesis]: Universidade do Porto. Porto. 292p.
FILIPE MG, Vicente S, Frota S (2012). Aquisição Prosódica entre 4 e 18 anos de
idade. Atas de Psicologia & Educação. 15p.
GERVAIN J, Mehler J (2010). Speech perception and language acquisition in the
first year of life. Annual Review of Psychology, v. 61, p. 191-218.
HARGROVE P, Sheran C (1989). The use of stress by language-impaired children.
Journal of Communication Disorders, 22, 361–373.
IRVINE, JT (2001). Style as distinctiveness: the culture and ideology of linguistic
differentiation. In: Ecket, Penelope; Rickford, John. R. Style and sociolinguistic
variation.Cambridge University. p. 2143.
KYRILLOS L (2004). A voz do profissional de telejornalismo. In: Ferreira LP,
Oliveira SMRP. Voz Profissional: produção científica da Fonoaudiologia Brasileira.
São Paulo: Editora Roca; p. 75- 83.
LAVER J (1980). The phonetic evaluation of voice quality. Cambridge: Cambridge
University Press.
LEEMANN A, Kolly MJ, Dellwo V (2014). Speaker-individuality in suprasegmental
temporal features: Implications for forensic voice comparison. Forensic
Science International. 238: 59-67
LOPES LW, Lima ILB (2014) Prosódia e transtornos da linguagem: levantamento
das publicações em periódicos indexados entre 1979 e 2009. Revista Cefac.
16(2): 651-9.
MADUREIRA S (2005). Expressividade na fala. In: Kyrillos L. (org) Expressividade:
da teoria à prática. Rio de Janeiro: Revinter.
MCCANN J, Peppé S (2003). Prosody in autism spectrum disorders: a critical
review. INT. J. LANG. COMM. DIS., 38(4):325–350.
NAZZI T, Bertoncini J, Mehler J (1998). Language discrimination by newborns:
Toward an understanding of the role of rhythm. Journal of Experimental
Psychology: Human Perception and Performance 24(3): 756-66.
PAYÃO LMC, Lavra-Pinto B, Wolff CL, Carvalho Q (2012). Características clí-
nicas da apraxia de fala na infância: revisão de literatura. Letras de Hoje, 47
(1):24-29.
PEPPÉ S, McCann J (2003). Assessing intonation and prosody in children with
atypical language development: the PEPS-C test and the revised version. Clinical
Linguistics & Phonetics, 17(4/5):345-354.
PEPPÉ S, McCann J, Gibbon F, O’Hare A, Rutherford M. (2007). Receptive and
expressive prosodic ability in children with high-functioning autism. Journal
of Speech Language and Hearing Research, 50, 1015-1028.
SAN SEGUNDO E, Foulkes, P, French P, Harrison P, Hughes V (2016). Voice
quality analysis in forensic voice comparison: developing the vocal profile
analysis scheme. Conference: The 25th annual conference of the International
Association for Forensic Phonetics and Acoustics, At York, UK.
SOUZA TNU, Payão LMC (2008). Apraxia da fala adquirida e desenvolvimental:
semelhanças e diferenças. Rev Soc Bras Fonoaudiol, 13(2):193-202.
WELLS B, Peppé S, Goulandris A (2004). Intonation development from five to
thirteen. Journal of Child Language. 31:749-78.
WIGET L, White L, Schuppler B, Grenon I, Rauch O, Mattys SL (2010). How
stable are acoustic metrics of contrastive speech rhythm. J. Acoust. Soc. Am.
(127, 3): 1559-1569.
WING L, Gould J (1979). Severe impairments of social interaction and associated
abnormalities in children: epidemiology and classification. J Autism Dev
Disord. 9(1):11-29.
YOON TJ (2010). Capturing inter-speaker invariance using statistical measures of
speech rhythm. Electronic proceedings of Speech Prosody, Chicago/IL, USA.
Como citar:
LIMA, Aveliny Mantovan; CONSTANTINI, Ana Carolina;
"Prosódia e fonoaudiologia: do fonoestilo ao transtorno da linguagem",
p. 133 -144.
In:
Prosódia da fala: pesquisa e ensino.
São Paulo: Blucher, 2017.
ISBN: 9788580392593,
DOI 10.5151/9788580392593-08