Resumo:

A teoria dos campos estratégicos (TCE) harmoniza referenciais neoinstitucionalistas da sociologia econômica, alternativos aos modelos econômicos neoclássicos, incorporando a imersão social em seu quadro analítico, o que lhe assegura papel promissor em pesquisas para elaboração de estratégias voltadas à sustentabilidade e à inovação socioambiental. No panorama latino-americano e, em particular, no contexto brasileiro, em que a habilidade social dos atores é limitada historicamente por condicionantes neoestruturalistas, prevalece a lacuna de conhecimento sobre a efetividade da apropriação da TCE por instituições de pesquisa a favor da agenda do desenvolvimento sustentável. Tal hiato é contemplado neste trabalho por uma análise quali-quanti de publicações científicas geradas por essas instituições nas últimas duas décadas. Os resultados revelam, dentre outros achados, que há demasiada ênfase na habilidade social dos agentes sem a devida ponderação às mazelas estruturais históricas impostas às nações em desenvolvimento do Hemisfério Sul, como a desigualdade na distribuição de renda e heterogeneidade estrutural, que tendem a restringir sobremaneira atores hábeis e empreendedores em comparação com o cenário de países desenvolvidos do Norte geopolítico, onde a TCE foi concebida.Palavras-chave: teoria dos campos estratégicos; inovação para a sustentabilidade; empreendedorismos social e ambiental no Brasil.