Resumo:

O avanço da tecnologia tem geradomaior produção de equipamentos eletroele­trônicos, cuja vida útil está cada vezmenor. A troca constante de equipamentos tem levado a um aumento no descarte destes.Além da maior produção de resíduos, um agravante é o potencial poluidor dessetipo de resíduo devido aos metais pesados neles contidos. Apesar disso, hátambém metais nobres, como ouro e prata, o que tem se tornado uma grandeoportunidade de negócio para a indústria de reciclagem e os interessados nessacadeia de resíduos de equipamentos eletroeletrônicos (REEE). O descarteincorreto dos REEE tem consequências socioambientais muito sérias, como apoluição do solo e da água, implicações à saúde, como doenças neuroló­gicas,câncer e até a morte. Nesse contexto, foi estabelecida a Política Nacional deResíduos Sólidos (PNRS) (Lei 12.305/2010), cujo objetivo é dar a destinaçãoambientalmente adequada para os resíduos, fazendo sua gestão. Para organizaressa gestão, mostra-se necessário entender a cadeia reversa dos REEE. Frente aesse contexto, o objetivo desse capítulo é caracterizar a cadeia recersa dosREEE. Para isso, usou-se o modelo analítico proposto por de Brito e Dekker(2002). A pesquisa tem caráter exploratório, com adoção de diferentesestratégias para a coleta de dados como publicações de órgãos públicos,instituições especializadas e mídia, e ainda entrevistas semiestruturadas comespecialistas na área. Diversos entraves foram observados para a gestão dosREEE no contexto brasileiro, mas a principal questão foi a necessidade deinvestimentos, incentivos e ações conjuntas, colaborativas e concomitantes parapossibilitar a gestão efetiva dos REEE. Assim, a forma como a responsabilidadecompartilhada vem sendo empregada não se mostra suficiente para a gestão dosREEE. Observou-se a necessidade de uma mudança de paradigma no que tange aquestões de produção, consumo, troca e descarte dos REEE no contextobrasileiro.