Ambiente alimentar no transporte público: uma análise sob a perspectiva de idiossincrasias políticas, socioculturais e econômicas

Ambiente alimentar no transporte público: uma análise sob a perspectiva de idiossincrasias políticas, socioculturais e econômicas

Silva, Patrícia Mello; Simões, André Felipe;

Resumo:

A alimentação vai além do fator biológico, englobando também questões socioeconômicas, políticas e ambientais. Embora deva proporcionar saúde, bem-estar e qualidade de vida, esses aspectos fundamentais são frequentemente negligenciados pelo Estado e por toda a estrutura política e econômica do atual Sistema Alimentar. Como parte desse sistema, o ambiente alimentar exerce influência e contribui para as escolhas alimentares, especialmente quando esses ambientes são compostos por varejistas de alimentos ultraprocessados. Destarte, o estudo de ambientes alimentares caracterizados pela composição de ultraprocessados e varejistas, como é o caso do sistema de transporte público sobre trilhos de São Paulo, objeto de análise deste trabalho, torna-se cada vez mais relevante, uma vez que esse tipo de ambiente exerce influência sobre as escolhas alimentares e o estado nutricional das pessoas. Nesse contexto, por meio de uma revisão narrativa da literatura, o objetivo deste estudo foi investigar em que medida o ambiente alimentar urbano inerente ao citado objeto interfere e/ou determina o que podemos, enquanto cidadãos, efetivamente acessar. Observou-se que há interesses corporativos no sentidode limitar as ações governamentais em prol de um sistema mais saudável e que, concomitantemente, atenda às necessidades de saúde pública. Conclui-se como de extrema relevância o reconhecimento e a adoção de medidas regulatórias por parte do Estado, particularmente no sentido de proteger e promover a saúde da população; e, concomitantemente, abordando adequadamente todas as doenças crônicas não transmissíveis associadas à má alimentação.Palavras-chave: ambiente alimentar; alimentos ultraprocessados; transporte público sobre trilhos de São Paulo; externalidades socioeconômicas.

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A alimentação vai além do fator biológico, englobando também questões socioeconômicas, políticas e ambientais. Embora deva proporcionar saúde, bem-estar e qualidade de vida, esses aspectos fundamentais são frequentemente negligenciados pelo Estado e por toda a estrutura política e econômica do atual Sistema Alimentar. Como parte desse sistema, o ambiente alimentar exerce influência e contribui para as escolhas alimentares, especialmente quando esses ambientes são compostos por varejistas de alimentos ultraprocessados. Destarte, o estudo de ambientes alimentares caracterizados pela composição de ultraprocessados e varejistas, como é o caso do sistema de transporte público sobre trilhos de São Paulo, objeto de análise deste trabalho, torna-se cada vez mais relevante, uma vez que esse tipo de ambiente exerce influência sobre as escolhas alimentares e o estado nutricional das pessoas. Nesse contexto, por meio de uma revisão narrativa da literatura, o objetivo deste estudo foi investigar em que medida o ambiente alimentar urbano inerente ao citado objeto interfere e/ou determina o que podemos, enquanto cidadãos, efetivamente acessar. Observou-se que há interesses corporativos no sentidode limitar as ações governamentais em prol de um sistema mais saudável e que, concomitantemente, atenda às necessidades de saúde pública. Conclui-se como de extrema relevância o reconhecimento e a adoção de medidas regulatórias por parte do Estado, particularmente no sentido de proteger e promover a saúde da população; e, concomitantemente, abordando adequadamente todas as doenças crônicas não transmissíveis associadas à má alimentação.Palavras-chave: ambiente alimentar; alimentos ultraprocessados; transporte público sobre trilhos de São Paulo; externalidades socioeconômicas.

Palavras-chave:

DOI: 10.5151/9786555503487-15

Referências bibliográficas
  • STUCKLER, D.; NESTLE, M. Big food, food systems, and global health. PLOS Medicine, v.9, n. 6, p. e1001242, 19 jun. 2012.SWINBURN, B.; EGGER, G. Preventive strategies against weight gain and obesity. ObesityReviews: an Official Journal of the International Association for the Study of Obesity, v. 3, p.289-301, 1 dez. 2002.VRADIS, A.; BARTHOLL, T.; FILIPPIDIS, C. Favela, resistência e a luta pela soberania alimentar.Rio de Janeiro: Consequência, 2021.
Como citar:

SILVA, Patrícia Mello; SIMõES, André Felipe; "Ambiente alimentar no transporte público: uma análise sob a perspectiva de idiossincrasias políticas, socioculturais e econômicas", p. 300 -317. In: Visões para um mundo sustentável: Abordagens em ciência, tecnologia, gestão socioambiental e governança. São Paulo: Blucher, 2024.
ISBN: 9786555503487, DOI 10.5151/9786555503487-15