Medicalização e serviços de acolhimento institucional: apontamentos sobre dispositivos das políticas públicas da cidade de São Paulo

Massari, Marina Galacini ; Vicentin, Maria Cristina G.

Resumo:

A medicalização de crianças e adolescentes tem sido objeto de estudos e ativismos mais recentemente em nosso país, com destaque para a interface saúde e educação
e, mais especificamente, para os “problemas” relativos à indisciplina ou às dificuldades de aprendizagem, como é o caso do TDAH
2. Diferentes autores (Beltrame e Boarini,
2013; Collares e Moysés, 2011; Kramers, 2013; Souza, 2011a; Souza, 2011b; e Spazziani e Collares, 2011) questionam a medicalização do espaço escolar à medida que dispositivos de saúde mental são frequentemente acionados para lidar com conflitos e demandas próprios do cotidiano da escola. Um campo menos discutido, mas igualmente relevante quanto à presença e aos efeitos dos processos de medicalização, é o das políticas de assistência e, em especial, os serviços de acolhimento.
Não apenas crianças e adolescentes acolhidos têm sido objeto de “medicação” - o que Caliman, Passos e Machado (2016) preferem nomear como “medicamentalização” – mas 
também os processos de trabalho nesses contextos têm adotado as lógicas da patologização para lidar com os conflitos e as turbulências relacionais. 

44 downloads

DOI: 10.5151/9788580392906-14

Referências bibliográficas
  • Almeida, N. M. C. (2012). Labirintos e mosaicos: institucionalização da infância com deficiência. Tese de Doutorado. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social. Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Basilio, A. (2014). Prefeitura de São Paulo irá regulamentar a prescrição de remédios para crianças com TDAH. Revista Crescer (atualizada em 17/07/2014 às 17h56). Recuperado em 03 maio, 2016, de http://revistacrescer.globo.com/Criancas/Saude/noticia/2014/07/ prefeitura-de-sao-paulo-ira-regulamentar-prescricao-de-remedios-para-criancas-com
  • -tdha.html. Beltrame, M. M., & Boarini, M. L. (2013). Saúde mental e infância: reflexões sobre a demanda escolar de um CAPSi. Psicol. cienc. prof. 33(2), 336-349. Recuperado em 18 maio, 2016, de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932013000200007&lng=en&nrm=iso.
Como citar:

MASSARI, Marina Galacini; VICENTIN, Maria Cristina G.; "Medicalização e serviços de acolhimento institucional: apontamentos sobre dispositivos das políticas públicas da cidade de São Paulo", p. 209-224. Concepções e proposições em Psicologia e Educação: A trajetória do Serviço de Psicologia Escolar do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. São Paulo: Blucher, 2017.
ISBN: 9788580392906, DOI 10.5151/9788580392906-14