Resumo:

É uma novidade a tese de que a preservação ambiental é crucial para a manutenção da vida humana tal qual a conhecemos. No Brasil a tese defendida já foi a de que a floresta representava um atraso para o desenvolvimento humano, era uma terra inóspita e hostil ao homem, era um verdadeiro “inferno verde”. A partir da década de 70, o governo da ditadura civil-militar brasileira definiu a ocupação territorial amazônica como parte do seu projeto de integração e desenvolvimento nacional. É desta época a frase “integrar para não entregar”, dita pelo então presidente Humberto de Alencar Castelo Branco ao se referir aos projetos de ocupação e infraestrutura. O projeto estatal brasileiro de ocupação amazônica foi baseado na construção de uma malha de estradas para permitir a ocupação da região por colonos. Mesmo durante esse período, no entanto, a visão sobre a floresta não era hegemônica, não eram todos que concordavam que a Amazônia deveria ser derrubada para iniciar o progresso da região. Chico Mendes, seringueiro e ativista político assassinado por grileiros, certamente não compactuava com a visão da floresta como um “inferno verde”. Assim como hoje também há quem não concorde com a relevância da Amazônia para a preservação de vidas humanas.