Banido, bando, bandido, bandeirante

Endo, Paulo Cesar;

Resumo:

O banido, transformado em bandido é uma espécie herege que avilta uma determinada ordem e, como tal, não merece mais viver no mundo dos homens criados por Deus. Deve ser pela penitência convertido ou por obra do fogo destruído e, como tal, ignorado. Fogo do auto da fé inquisitorial; fogo da  estupenda queima de livros empreendida em 1933, ano da ascensão de Hitler ao poder como chanceler alemão; fogo dos crematórios dos lager; fogo que saneia, limpa e desaparece com as marcas e sugere um novo recomeço para os que ficaram para celebrar a pureza que se consagra. No momento em que um corpo impuro é exterminado definitivamente, sem deixar traços, cumprindo o ritual do sacrifício do bode expiatório (sacrificado), ao mesmo tempo, outros se purificam em seu nome (os sacrificantes).

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DOI: 10.5151/9786555502558-09

Referências bibliográficas
  • Agamben, G. Homo Sacer I: O poder soberano e a vida nua. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2004.   Arantes, M. A. C. Pacto Re-Velado: Psicanálise e Clandestinidade Política (2. Ed). São Paulo: Editora Escuta, 1999.   Bussarello, R. Dicionário básico latino-português. 7. ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 2012.
Como citar:

ENDO, Paulo Cesar; "Banido, bando, bandido, bandeirante", p. 183 -200. In: Psicanálise: Confins – Memória, Política e Sujeites sem Direitos. São Paulo: Blucher, 2022.
ISBN: 9786555502558, DOI 10.5151/9786555502558-09