A Memória nos Atos do Orador
Tavares, Leonardo ; Pituba, Márcia ; Mesquita, Ricardo Ugeda
Resumo:
O exercício do orador consiste, dentro de uma perspectiva aristotélica, em encontrar os meios mais adequados ao tratamento de qualquer tema, com o objetivo de persuadir. Nesse percurso, há muitos passos a serem dados rumo ao convencimento. Há, também, ferramentas a serem utilizadas, estratégias a serem minuciosamente pensadas. É nesse contexto que se apresenta a Memória. Não a memória tomada em sentido amplo, vulgar, mas uma Memória que é Arte, que tem vida própria e dialoga de forma estreita com a Retórica. A Memória se fixa como parte da Retórica a partir dos romanos. Memória e Retórica acolhem-se mutuamente. Da mesma forma que se liga à faculdade do
lembrar, ela pode ser conectada também à faculdade do esquecer. Por isso, desenvolveram-se técnicas para que, educada a memória do orador, ele consiga guardar
o discurso e depois seja capaz de reproduzi-lo perante a sua plateia, não se constrangendo pelo esquecimento. Essa seria a principal função da Memória como recurso retórico, que veio desde a Antiguidade e tem validade até os dias atuais,
conforme assinala Tringali (1988).
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DOI: 10.5151/9788580392883-09
Referências bibliográficas
- CANDAU, Joël. Memória e identidade. Tradução de Maria Letícia Ferreira. 1. ed. 3ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2016. CHARTIER, Roger. Inscrever e apagar: cultura escrita e literatura (séculos XI-XVIII). Tradução de Luzmara Cursino Ferreira. São Paulo: Ed. Unesp, 2007. CÍCERO. Partições oratórias. Tradução de Angélica Chiappetta. São Paulo: [s.n.], 2007.
Como citar:
TAVARES, Leonardo; PITUBA, Márcia; MESQUITA, Ricardo Ugeda; " A Memória nos Atos do Orador", p. 139-148. Artimanhas do dizer: retórica, oratória e eloquência. São Paulo: Blucher, 2017.
ISBN: 9788580392883, DOI 10.5151/9788580392883-09