A proteção e a conservação das baleias como ativos da diplomacia ambiental brasileira: oportunidades para o clima e biodiversidade

A proteção e a conservação das baleias como ativos da diplomacia ambiental brasileira: oportunidades para o clima e biodiversidade

Braga, Paulo Cezar Rotella; Duleba, Wânia;

Resumo:

Este capítulo busca traçar um relato histórico da trajetória do Brasil e da sua postura diplomática em relação à caça, à proteção e à conservação das baleias em suas águas jurisdicionais. Além disso, tem como objetivo analisar como esses esforços se relacionam e reforçam outros tratados ambientais. Para se atingirem esses objetivos, foram analisados documentos diplomáticos, obras de referência e pesquisas acadêmicas sobre o tema. A análise documental e a revisão bibliográfica revelaram que o Brasil passou de país caçador para defensor da conservação das baleias, impulsionado pela moratória global da caça comercial e por pressões nacionais e internacionais durante a década de 1980. A partir de 1986, o Brasil adotou medidas como a proibição da caça às baleias, a criação de parques marinhos e reservas biológicas, e apresentou a proposta de Santuário de Baleias do Atlântico Sul à Comissão Internacional das Baleias. Essa postura brasileira representa potencial de sinergias diplomáticas com outros acordos de proteção ambiental, como a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e a Convenção sobre Diversidade Biológica. A atuação do Brasil na conservação das baleias pode ser uma ferramenta de diplomacia ambiental. Por meio da cooperação com países sul-americanos e africanos, o Brasil pode promover seus programas de conservação como exemplos de restauração de estoques de carbono biológico, contribuindo para os esforços globais de combate à mudança do clima e para a preservação da biodiversidade marinha do Atlântico Sul. Essas ações podem fortalecer os discursos do Brasil nos fóruns internacionais e reforçar sua imagem como defensor do meio ambiente.Palavras-chave: baleias; diplomacia ambiental; conservação; Comissão Internacionalda Baleia; tratados ambientais.

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Este capítulo busca traçar um relato histórico da trajetória do Brasil e da sua postura diplomática em relação à caça, à proteção e à conservação das baleias em suas águas jurisdicionais. Além disso, tem como objetivo analisar como esses esforços se relacionam e reforçam outros tratados ambientais. Para se atingirem esses objetivos, foram analisados documentos diplomáticos, obras de referência e pesquisas acadêmicas sobre o tema. A análise documental e a revisão bibliográfica revelaram que o Brasil passou de país caçador para defensor da conservação das baleias, impulsionado pela moratória global da caça comercial e por pressões nacionais e internacionais durante a década de 1980. A partir de 1986, o Brasil adotou medidas como a proibição da caça às baleias, a criação de parques marinhos e reservas biológicas, e apresentou a proposta de Santuário de Baleias do Atlântico Sul à Comissão Internacional das Baleias. Essa postura brasileira representa potencial de sinergias diplomáticas com outros acordos de proteção ambiental, como a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e a Convenção sobre Diversidade Biológica. A atuação do Brasil na conservação das baleias pode ser uma ferramenta de diplomacia ambiental. Por meio da cooperação com países sul-americanos e africanos, o Brasil pode promover seus programas de conservação como exemplos de restauração de estoques de carbono biológico, contribuindo para os esforços globais de combate à mudança do clima e para a preservação da biodiversidade marinha do Atlântico Sul. Essas ações podem fortalecer os discursos do Brasil nos fóruns internacionais e reforçar sua imagem como defensor do meio ambiente.Palavras-chave: baleias; diplomacia ambiental; conservação; Comissão Internacionalda Baleia; tratados ambientais.

Palavras-chave:

DOI: 10.5151/9786555503487-07

Referências bibliográficas
  • PEARSON, H. et al. Whales in the carbon cycle: can recovery remove carbon dioxide?Trends in Ecology & Evolution, v. 38, n. 3, p. 238-49, 2023.ROMAN, J. et al. Whales as marine ecosystem engineers. Frontiers in Ecology and the Environment,v. 12, n. 7, p. 377-85, 2014.SCOTT, S. V.; ORIANA, L. M. The history of Australian legal opposition to Japanese Antarcticwhaling. Australian Journal of International Affairs, v. 73, n. 5, p. 466-84, 2019.
Como citar:

BRAGA, Paulo Cezar Rotella; DULEBA, Wânia; "A proteção e a conservação das baleias como ativos da diplomacia ambiental brasileira: oportunidades para o clima e biodiversidade", p. 140 -159. In: Visões para um mundo sustentável: Abordagens em ciência, tecnologia, gestão socioambiental e governança. São Paulo: Blucher, 2024.
ISBN: 9786555503487, DOI 10.5151/9786555503487-07