Fazer o Certo

Coutinho, Doris de Miranda;

Resumo:

 Historicamente, a corrupção sempre foi um assunto vinculado a agentes públicos e políticos desonestos que se valem do cargo para vender competências públicas ou que, mediante extorsão, obrigam particulares a pagar pelos serviços que deveria prestar. Esta narrativa corresponde ao argumento empresarial de que não resta outra alternativa, se se quiser fazer negócios no Brasil, senão entrar no círculo vicioso do suborno, como fazem todos, raciocínio que assume a corrupção como uma espécie de tributo ou pedágio que simplesmente integra toda e qualquer transação. Parece absurdo, mas até recentemente, países como a Alemanha permitiam que, na declaração de renda tributável das empresas, fossem deduzidas despesas com o pagamento de propinas pagas em outros países, para obter licenças. Tal regra seguia uma doutrina tão antiga quanto equivocada de que a corrupção permite destravar exigências burocráticas, agilizando a realização de negócios e estimulando o crescimento econômico.2

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DOI: 10.5151/9788580393415-07

Referências bibliográficas
  • BLOOMBERG. Germany, where bribery is tax deductible. Disponível em: . Acesso em: 30 jun. 2017. 215 GONÇALVES, André. Sem propina, não se coloca um paralelepípedo em obra pública, diz advogado. Correio Braziliense. Disponível em: . Acesso em: 15 jun. 2017.
Como citar:

COUTINHO, Doris de Miranda; "Fazer o Certo", p. 159 -189. In: Finanças Públicas: Travessia entre o Passado e o Futuro. São Paulo: Blucher, 2018.
ISBN: 9788580393415, DOI 10.5151/9788580393415-07