Posfácio

Retorta, Miriam Sester;

Resumo:

O aluno da carta que abre este trabalho, Allan, descobriu, após 11 anos de estudo, que os cursos de prestígio como medicina, direito, jornalismo, dentre outros das instituições públicas superiores, são somente para uma classe muito privilegiada, e ele, como veio de escolas públicas, não teve o direito de escolher o que estudar e em que instituição. Ele e milhares de brasileiros como eu – não tivemos acesso a uma educação fundamental e média de qualidade que nos desse a oportunidade de competir em grau de igualdade com os cidadãos das escolas privadas por uma vaga nas universidades públicas. Somos – me incluo nessa categoria – alunos que tivemos e temos que lutar muito para conseguir chegar a uma instituição superior pública, e muitas vezes a batalha é em vão. A foto que abre este capítulo é o símbolo do esforço que precisamos despender para chegarmos ao ensino superior. O sonho de Allan, como o de milhares de brasileiros, não pode morrer. Não podemos nos silenciar. Mesmo que leve uma vida. Eu levei 43 anos. 

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