Resumo:

Nas últimas décadas, tivemos um número crescente de pesquisas linguísticas com foco no estudo da ordem ou do preenchimento do sujeito em construções monoargumentais no português brasileiro (PB). Contudo, os trabalhos que correlacionam o estudo dessas duas variáveis ainda são pouco produtivos no PB, especialmente quando consideramos o âmbito das construções inacusativas. Os trabalhos desenvolvidos por Berlinck (1988), Kato (2000), Coelho (2000), Zilles (2000), Santos e Soares da Silva (2012) e Gravina (2014) revelam que a ordem verbo-sujeito em sentenças declarativas no PB está cada vez mais limitada a sentenças com verbos inacusativos. Sabemos que a possibilidade de o sujeito vir posposto ao verbo na sentença é uma das características apresentadas pelas línguas de sujeito nulo. Para verificarmos em que medida esses dois fenômenos estão correlacionados – ordem e preenchimento do sujeito –, propomos uma análise diacrônica centrada nas construções inacusativas, buscando verificar quais grupos de fatores atuam sobre ambas as variáveis nos três períodos analisados, a saber: século XIX (período de 1851 a 1900), século XX-I (período de 1901 a 1950) e século XX-II (período de 1951 a 2000).