Complexidade, a “palavra do século”

Le Coze, Jean-Christophe;

Resumo:

Este capítulo é dedicado à complexidade. Na primeira parte, apresenta seu uso nos trabalhos no campo da segurança industrial. Mostra-se como esse tema é um eixo central na argumentação sobre riscos, especialmente desde a contribuição do sociólogo Charles Perrow, que fez dele uma categoria-chave em sua tese do “acidente normal”, ou seja, inevitável, em certos sistemas. Mas outros autores também mobilizaram a noção de complexidade no campo da engenharia cognitiva, como Jens Rasmussen, por exemplo. Veremos, portanto, que a complexidade é polissêmica no sentido de que pode ter vários significados dependendo do contexto de uso, neste caso contextos disciplinares ou tradições de pesquisa em segurança industrial. Na segunda parte, outro uso da complexidade é proposto, com base no trabalho de Edgar Morin. Esse uso revela-se frutífero na medida em que ajuda esclarecer o caráter multidimensional e ocorrencial da segurança industrial e dos acidentes, introduzindo os temas-chave dos debates em CHS hoje em dia em torno dos dualismos natureza/cultura, sujeito/objeto, corpo/espírito, fatos/valores.

0:

Palavras-chave: ,

DOI: 10.5151/9788521221197-03

Referências bibliográficas
  • Bessin, M., Bidart, C., & Grossetti, M. (Eds.) (2010). Bifurcations. Les sciences sociales face aux ruptures et à l’événement. Paris, France: La Découverte. Bidet, A. (2011). L’Engagement dans le travail. Qu’est-ce que le vrai boulot? Paris, France: Presses Universitaires de France. Birkland, T.A. (1998). Focusing events, mobilization, and agenda setting. Journal of Public Policy, 18(1), 53-74.
Como citar:

LE COZE, Jean-Christophe; "Complexidade, a “palavra do século”", p. 105 -154. In: Trinta anos de acidentes: A nova face dos riscos sociotecnológicos. São Paulo: Blucher, 2023.
ISBN: 9788521221197, DOI 10.5151/9788521221197-03