Resumo:

Neste texto, baseando-me em relatos da minha experiência escolar, defendo que as leituras feitas no ensino secundário sobre a poesia de Craveirinha, à luz dos movi­mentos Pan-africano e da Negritude, limitavam o entendimento da riqueza da sua obra. Nesta sequência, esocorrendo-me de afirmações do poeta em diversas entrevis­tas, partilho as minhas interpretações mais recentes de alguns poemas de Xigubo, centrando-me em dois elementos: a raça e a nação. No que se refere à raça, concluí que, mais do que a exploração e a dor dos negros, Craveirinha grita a revolta de todos os homens explorados pelas elites dominantes. Concluí também que, no conjunto da sua obra, Craveirinha glorifica a nação moçambicana, mas a apoteose dessa exaltação resulta do confronto da sua nação com o mundo global.