Teoria Social da Retórica

Sayeg-Siqueira, João Hilton

Resumo:

Quintiliano (1916, IX.4.3-23) estabelece a distinção entre discurso e texto, ao considerar que este é o tecido linguístico daquele. Em seu estudo sobre oratória, considera que, na composição, as palavras, após serem escolhidas, devem ser organizadas de forma orgânica e arranjadas em um delicado tecido (textus, textum), ou seja, em uma trama, em uma urdidura, como uma ação de tecer (texere) o discurso, fixando-o pela escrita, em uma tessitura multimodal, plurissemiótica e plurissemântica. A tessitura multimodal se irradia em formações plurissemióticas, constituídas por semioses, que são unidades de interpretação decorrentes não só da manifestação linguística, mas também de sistemas gráficos, tipográficos, ilustrativos, diagramadores. Da percepção semântica decorrem unidades de significado com diferentes graus de complexidade: fonológico,

ortográfico, morfológico e sintático. As formações plurissemiótica e plurissemântica articulam o texto como uma unidade de significação multimodal instituída por múltiplas formas de linguagem que manifestam 
multiformes efeitos de sentido.

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DOI: 10.5151/9788580393675-03

Referências bibliográficas
  • ARISTÓTELES. Retórica. Trad. e notas Manuel Alexandre Júnior, Paulo Farmhouse e Abel do Nascimento Pena. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2005. BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003. BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. 36 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993.
Como citar:

SAYEG-SIQUEIRA, João Hilton; "Teoria Social da Retórica", p. 37-50. Retórica, Escrita e Autoria na Escola. São Paulo: Blucher, 2018.
ISBN: 9788580393675, DOI 10.5151/9788580393675-03