O desenvolvimento moral do perdão em relação a raciocínios de justiça

Neto, Júlio Rique ; Camino, Cleonice Pereira dos Santos ; Alencar, Thalita L. F.

Resumo:

O objetivo deste capítulo é apresentar a teoria de Enright do desenvolvimento moral do perdão (Enright & The Human Development Group, 1991) discorrendo sobre uma nova análise da relação do perdão com raciocínios de justiça. Na nossa compreensão, o perdão é uma ação moral por gerar comportamentos pró sociais vinculados a uma situação de injustiça, que demanda de quem perdoa reflexões sobre o uso da justiça e as razões para perdoar. A partir da qualidade dessa reflexão, o perdão verdadeiro pode se tornar uma virtude com sentido próprio, pois ao abandonar o uso da justiça em sua forma mais evoluída, que é a equidade, a pessoa avança para um sentimento de reciprocidade ideal ou de uma reciprocidade solidária, generosa. Considerado como perdão verdadeiro, esse momento, uma ação consciente e autônoma, ocorre em um nível além do pensamento moral pós-convencional, que é o nível da moral do perdão. Seguindo o modelo proposto por Enright, ele julga que, ao chegar neste tipo de perdão, a vítima se desfaz dos afetos, dos comportamentos e dos julgamentos negativos a respeito do ofensor e desenvolve afetos, comportamentos e julgamentos positivos em relação a ele.

DOI: 10.5151/9786555503340-02

Referências bibliográficas
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  • Dewey, J. (1922/2017). Human nature and conduct: an introduction to social psychology.
  • Henry Holt and Company.
Como citar:

NETO, Júlio Rique; CAMINO, Cleonice Pereira dos Santos; ALENCAR, Thalita L. F.; "O desenvolvimento moral do perdão em relação a raciocínios de justiça", p. 38-53. Desenvolvimento moral em discussão. São Paulo: Blucher, 2024.
ISBN: 9786555503340, DOI 10.5151/9786555503340-02