Resumo:

Foi durante as primeiras décadas da era cristã que Sêneca (4 a.C – 65 d.C), o filósofo estoico e tutor de Nero, o imperador, teria trocado cartas com apóstolo Paulo (5 d.C – 67 d.C), judeu convertido à nova religião, o cristianismo. Assim, em termos de pensamento, de um lado do processo comunicativo está o importante representante e mestre da filosofia estoica na figura de Sêneca; de outro, o principal propagador e doutrinador do cristianismo, Paulo de Tarso. Devido à notável influência da biografia e das ideias de cada um desses homens ainda na contemporaneidade, são atiçados os meandros da curiosidade de leitores que, ao se embrenharem na leitura da coletânea das 14 cartas, questionam: O que esses homens deeducação/formação e posição social tão distintas comungavam para trocar cartas? Como escolheram expressar suas perspectivas filosóficas um para o outro? Como planejaram seus discursos (invenção)? Como selecionaram e embasaram seus argumentos (lugares)? Essas são também nossas inquietações.