Dispositio: estrutura a serviço da argumentação

Piovezan, Elioenai dos Santos;

Resumo:

Hoje, parece óbvio afirmar que um texto, para ser um texto, precisa ter sempre começo, meio e fim. As histórias são assim. As notícias, os artigos de opinião e as letras de canção são assim. Os textos digitais ou multissemióticos são assim. E os próximos gêneros e subgêneros textuais que ainda surgirão, muito provavelmente, serão assim. O motivo é muito simples: todo texto possui um propósito comunicativo, está inserido em um contexto e atende a uma demanda, logo, o autor sempre tem algo a dizer e o diz da forma mais completa possível. Para tanto, ele concebe o texto como uma extensão de sua capacidade humana de interagir socialmente. Considera ainda seu auditório, calcula a recepção e monitora a circulação. Certamente, a arte retórica, manifestada no discurso ou ato retórico, que existia oralmente antes do advento da escrita, permanece atual porque encontrou sua forma ideal e prática de existência. Se assim não o fosse, o sistema retórico seria apenas peça de museu.

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DOI: 10.5151/9786555503562-01

Referências bibliográficas
  • ARISTÓTELES. Retórica. Tradução por Manuel Alexandre Júnior, Paulo Farmhouse Alberto e Abel do Nascimento Pena. São Paulo: Folha de S. Paulo, 2015. BAKHTIN, Mikhail M. Estética da criação verbal. Tradução feita a partir do francês por Maria Ermantina Galvão G. Pereira. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997. CICERO. De inventione. De optimo genere oratorum. Topica. Tradução por H. M. Hubbell. Cambridge (EUA): Harvard University Press; London (Grain Britain): William Hainemann Ltd, 1949.
Como citar:

PIOVEZAN, Elioenai dos Santos; "Dispositio: estrutura a serviço da argumentação", p. 16 -30. In: Sistema retórico: dispositio e elocutio. São Paulo: Blucher, 2023.
ISBN: 9786555503562, DOI 10.5151/9786555503562-01