Resumo:

Este capítulo será apresentado em duas partes: a primeira abordará as características gerais do período vitoriano, com ênfase no puritanismo e na sexualidade; e a segunda se dedicará aos principais textos de Freud sobre a teoria da sexualidade, que trataram direta ou indiretamente da questão do feminino e da mulher, permitindo uma análise histórico-crítica desses textos específicos. O período vitoriano exerceu grande influência sobre os costumes da Europa e do mundo ocidental como um todo, principalmente nos séculos XVIII e XIX, deixando seu lastro até os dias atuais, em relação aos costumes; serviu de pano de fundo para o surgimento da Psicanálise, para o desenvolvimento da teoria da sexualidade e, especificamente, evidenciou o aprisionamento da mulher na vida privada e sua condição de mantenedora da ordem patriarcal na figura da mãe. Esta condição levantada em torno da mulher acompanha a evolução do pensamento de Freud, possibilitando que o autor pudesse realizar descobertas teórico-clínicas, a partir da necessidade de entender o desenvolvimento psicossexual das mulheres, destacando-se, primeiramente, sua tese sobre a bissexualidade, posteriormente o complexo de castração e, finalmente, de forma complementar, a relação da menina com a mãe nas fases pré-edípicas.