Discussão e Esclarecimento

Resumo:

Quando Karl Heinz Bergmiller me convidou a escrever este livro, considerei a proposta irrecusável por vários motivos. Em primeiro lugar, devido à amizade, de mais de trinta anos. Depois, pela motivação para tentar reunir os elementos principais da obra de um dos profissionais mais consistentes do design brasileiro. Não há dúvida de que Bergmiller é um designer brasileiro. Vindo de fora, optou por um país difícil, complexo e contraditório, do qual, como nós, nativos, aprendeu a gostar e a sempre reclamar. Finalmente, outra ideia me ocorreu, um tanto curiosa: boa parte dessa história seria também a de parte de minha vida. Não apenas profissional, mas também pessoal,já que a amizade com Karl Heinz e Zulema é um privilégio de que Sílvia e eu desfrutamos desde a época de estudantes. Sendo assim, resolvi não adotar rigores de outrasocasiões. Aliás, não considero que, nessas outras ocasiões em que manifestei ideias por escrito, eu tenha sido um modelo de rigor acadêmico. Nunca o fui e não o serei, masas próprias circunstâncias e os assuntos ali tratados impunham algum distanciamento, algum sentido crítico, alguma tentativa de imparcialidade, ao menos, ou de neutralidade.O que, afinal de contas, é uma ilusão: a neutralidade é característica dispensável, transformada em virtude por temerosos que se abrigam preferencialmente em espaçosexclusivos, de onde sempre se furtam a entrar na vida.

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Referências bibliográficas
  • Merleau-Ponty, Maurice. Signes. (Paris: Gallimard, 1958; Sinais. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1991).