Prefácio

Alvarez, Marcos César;

Resumo:

No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), de 1990, buscou romper com as legislações vigentes anteriormente que circunscreviam o horizonte de crianças e de adolescentes no país sobretudo a uma dinâmica de tutela estatal voltada para combater as questões do abandono e do possível ingresso na criminalidade. A expressão “menor” ainda hoje remete a essa figura do jovem, negro e pobre, cujo destino supostamente se resume ao ingresso precoce no mundo do crime e ao enfrentamento, também precoce, das instituições estatais repressivas. O ECA, fruto da mobilização de operadores, de ativistas e de pesquisadores, apontou para a superação deste círculo infernal de suspeição da pobreza, de violência seletiva e de racismo das instituições de segurança pública e da justiça, no que diz respeito a esse segmento da população.

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Referências bibliográficas
  • ​ ALVAREZ, Marcos César; SCHRITZMEYER, Ana L.; SALLA, Fernando; PAULA, Liana; CUKIERKORN, Mônica. Adolescentes em conflito com a lei: pastas e prontuários do “Complexo do Tatuapé” (São Paulo/ SP, 1990 – 2006). Rev. Bras. Adolescência e Conflitualidade, 1 (1): xi-xxxii, 2009. BAILLEAU, Francis. La justice pénale de mineurs en France ou l’émergence d’un nouveau modèle de gestión des illégalismes. Déviance et Société, vol. 26, n.3, 2002, p. 403-421. BAILLEAU, Francis; CARTUYVELS, Yves. Les évolutions de la justice des mineurs en Europe: quelques hypothèses d’analyse. Revue de l’AFMJF, 2007, pp. 135-140.