À guisa de Conclusão

Sznelwar, Laerte Idal

Resumo:

Ao tratar de uma questão que tem muitas facetas, como a do trabalho humano e a sua importância tanto para os sujeitos como para o desenvolvimento da cultura, adentramos num campo cheio de contradições, de conflito e de visões divergentes, senão opostas. A partir do que aqui foi exposto, o que não é novidade para quem está preocupado e ocupado com o futuro da humanidade, são inquietantes os sinais que emanam do mundo da produção, mesmo que, em alguns momentos possamos vislumbrar algo de inovador e que permita enxergar caminhos mais alentadores. Cumpre ficarmos alerta acompanhando o desenvolvimento das organizações e ajudando a criar condições para que as situações encontradas não sejam consideradas como imutáveis, como se tudo que seja feito em detrimento das pessoas e do viver junto seja banal e incontornável. O sinais de que a organização não propicia boas condições para o desenvolvimento de atividades deônticas são claros para quem não adotou uma atitude cínica. Quando o excesso de competição impera, quando as atividades de cooperação e de colaboração entre colegas tendem a diminuir, quando busca-se encontrar os bodes expiatórios para os problemas existentes, quando se trata o outro com desdém, quando impera a paranoia de que tudo deve ser controlado, urge fazer algo em outro sentido. Outros sinais ainda mais graves estão correlacionados a atividades de sabotagem e quando o cinismo defensivo, inclusive com relação a clientes, pacientes e cidadãos. Há um grande perigo quando certos tipos de comportamento que vão de encontro à ética e a moral são considerados como inevitáveis, como um mal menor para se evitar um mal maior, quando se busca a adesão e o consentimento de todos para que o mal seja considerado como inevitável. A luta pelo desenvolvimento da ética requer vigilância e atenção constantes, resistir a certos tipos de banalização da injustiça, quando se diz que não há outro tipo de solução, infelizmente não é a regra geral.

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DOI: 10.5151/9788580390957-007

Referências bibliográficas
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Como citar:

SZNELWAR, Laerte Idal; "À guisa de Conclusão", p. 123-125. Quando Trabalhar É Ser Protagonista e o Protagonismo do Trabalho. São Paulo: Blucher, 2015.
ISBN: 9788580390957, DOI 10.5151/9788580390957-007