Estratégias de indeterminação do sujeito: polidez e relações de gênero
Mendonça, Josilene de Jesus; Nascimento, Jaqueline dos Santos;
Resumo:
A língua portuguesa apresenta diferentes estratégias para indeterminar o sujeito, expressando uma referência indeterminada, utilizadas comumente para reportar discursos hipotéticos ou de senso comum, exemplificar situações gerais que possam ocorrer com qualquer pessoa. Apresentamos, a seguir, exemplos de algumas dessas estratégias. Em (1), percebemos que a forma pronominal você não foi usada para fazer referência ao interlocutor, mas para exemplificar uma situação hipotética que poderia ocorrer com qualquer pessoa. No excerto (1), também há a presença da forma nominal a pessoa expressando um sujeito indeterminado, já que a referência é genérica, reportando a uma situação hipotética que pode referir-se a qualquer pessoa do discurso.
Capítulo:
Palavras-chave: ,
DOI: 10.5151/9788580391213-0010
Referências bibliográficas
-
ARAUJO, A. S.; SANTOS, K. C.; FREITAG, R. M. Redes sociais, variação linguística e polidez: procedimentos de coleta de dados. In: Metodologia de coleta e manipulação de dados em sociolinguística. São Paulo: Blucher, 2014.
ASSUNÇÃO, Janivam da Silva. A indeterminação do sujeito na variedade linguística de Feira de Santana: um estudo variacionista. 2012. 117 f. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) – Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, 2012.
BROWN, Penelope; LEVINSON, Stephen C. Politeness: some universals in language usage. Cambridge: Cambridge University Press, 2011[1987].
CARVALHO, Valter de. Você, a gente et ali a indeterminam o sujeito em Salvador. 2010. 197 f. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem) - Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2010.
DUARTE, Maria Eugênia Lammoglia; MOURÃO, Gabriela Costa; SANTOS, Heitor Mendonça. Os sujeitos de 3ª pessoa: Revisitando Duarte 1993. In: DUARTE, Maria Eugênia Lammoglia [et al.]. O sujeito em peças de Teatro (1833- 1992): estudos diacrônicos. São Paulo: Parábola, 2012.
ECKERT, Penelope; MCCONNELL-GINET, Sally. Comunidades de práticas: lugar onde co-habitam linguagem, gênero e poder (1992). In: OSTERMANN, Ana. Cristina; FONTANA, Beatriz Fontana. Linguagem. Gênero. Sexualidade. Clássicos traduzidos. São Paulo: Parábola Editorial, 2010, p. 93-108.
GODOY, Maria Alice Maschio. A indeterminação do sujeito no interior paranaense: uma abordagem sociolinguística. 1999. 128 f. Dissertação (Mestrado em Letras e Linguística) – Universidade Federal do Paraná, Paraná, 1999.
MILANEZ, Wânia. Recursos de indeterminação do sujeito. 1982. 149 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) - Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1982.
SANTANA, Neila Maria Oliveira. Indeterminação do sujeito no português rural do Semiárido baiano. In ALMEIDA, Norma Lúcia Fernandes de; CARNEIRO, Zenaide de Oliveira Novais. Variação linguística no semiárido baiano. Feira de Santana: UEFS Editora, 2014. p. 45-70.
SANTOS, Kelly Carine dos. Estratégias de polidez e a variação de nós vs. a gente na fala de discentes da Universidade Federal de Sergipe. Sergipe, 2014. Dissertação (Mestrado em Letras). Centro de Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de Sergipe.
SETTI, Adriane Cristina Ribas. A indeterminação do sujeito nas três capitais do sul do Brasil. 1997. 116 f. Dissertação (Mestrado em Linguística) - Universidade Federal do Paraná, Paraná, 1998.
SOUZA, Soliane Silva; OLIVEIRA, Josane Moreira de. A variação no uso das estratégias de indeterminação do sujeito no português popular da Matinha-BA. In
ALMEIDA, Norma Lúcia Fernandes de; CARNEIRO, Zenaide de Oliveira Novais. Variação linguística no semiárido baiano. Feira de Santana: UEFS Editora, 2014. p. 71-100.
Como citar:
MENDONçA, Josilene de Jesus; NASCIMENTO, Jaqueline dos Santos;
"Estratégias de indeterminação do sujeito: polidez e relações de gênero",
p. 225 -238.
In:
Mulheres, Linguagem e Poder - Estudos de Gênero na Sociolinguística Brasileira.
São Paulo: Blucher, 2015.
ISBN: 978-85-8039-121-3,
DOI 10.5151/9788580391213-0010