A INSISTÊNCIA DOS VALORES INDIVIDUAIS E A VISÃO COMO UM FENÔMENO EXCLUSIVO DA CATEGORIA PROFISSIONAL

CIPINIUK, Alberto;

Resumo:

Como vimos mais acima, estamos trabalhando a partir da hipótese de que o que ocorre no Campo do Design – crise do monopólio da crença – não é por conta do acaso ou um fenômeno místico determinado pelas obras do divino espírito santo, mas que há uma intencionalidade humana. Existe um grupo que ministra aulas em cursos superiores para a formação de designers, uma extração específica da sociedade, que, dotado de uma vontade política, opera articuladamente para que as coisas aconteçam da maneira como estão acontecendo. Indicamos que os docentes situados nas instâncias que recrutam e formam os designers afirmam que a prática do design é uma “prática individual” e, por conta disso, algo muito mais amplo do que esse equívoco que eles chamam ou compreendem como sendo a sua prática, que possui um valor de uso. Na verdade, gota a gota, os docentes do Campo do Design compreendem e divulgam nos bancos escolares que a ação individual é um processo que dá especificidade à disciplina do design, isto é, somente pelo fato de o design ser a prática individual que é, por conta da individualidade e superioridade do seu modo de olhar, ele pode ser explicado por quem o exerce individualmente. Que somente o próprio indivíduo que pratica o design “vê” do modo que os designers são capazes de ver. Daí essa forma egocêntrica de percepção, ora habilidade natural de nascença, ora modalidade profissional aprendida nos bancos escolares, possuir uma singularidade capaz de informar aos outros campos do conhecimento coisas que eles não percebem.

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DOI: 10.5151/9788580392685-06

Como citar:

CIPINIUK, Alberto; "A INSISTÊNCIA DOS VALORES INDIVIDUAIS E A VISÃO COMO UM FENÔMENO EXCLUSIVO DA CATEGORIA PROFISSIONAL", p. 90 -98. In: O campo do design e a crise do monopólio da crença. São Paulo: Blucher, 2017.
ISBN: 9788580392685, DOI 10.5151/9788580392685-06